Constelações Sistêmicas e Coaching Sistêmico


Vivos e mortos nas constelações sistêmicas por Ana Lúcia Braga

27/07/2011 12:47

 

 

Nas constelações sistêmicas, os vivos têm a mesma importância que os mortos, sem distinção. Há situações em que mortos são posicionados deitados e também outras em que estes permanecem em pé, como os vivos. Há situações de exclusões que estão relacionadas com mortos. Em mortes violentas como assassinatos, por exemplo, pessoas que vêm depois, possivelmente emaranham-se, permanecendo, inconscientemente, conectadas aos mortos. Hellinger diz que existe um movimento entre os mortos. Um movimento em direção ao termino do ato de morrer... é um processo e pode durar muito... Por exemplo, nas mortes violentas...

Para ele, o processo de morrer termina quando o agressor se deita ao lado da vítima e ambos se olham, com amor e respeito. Este processo se retarda quando há a interferência de outrem, quando, por exemplo, um membro da família sente-se como agressor ou vítima, identificando-se com o ocorrido, inconscientemente. Quando cessa a interferência, é possível deixar o passado e levar a paz para os mortos e também para os vivos.

A identificação com mortos excluídos da família muitas vezes traz sofrimentos profundos, como sentimentos de rejeição, de exclusão, depressões, violências, vitimizações. Raquel nos diz que, “na primeira constelação houve um distanciamento com a família, principalmente os pais e pessoas amigas. Comecei a me ver de outra forma, talvez sem a necessidade de ter que julgar ou explicar qualquer situação que acontecia, comecei a respeitar as doenças de minha mãe e deixei de querer curá-la, achando que fiquei até desligada demais com fatos que me apavoravam como crianças abandonadas, mortes trágicas, traição. Passei a respeitar os mortos e seus destinos e hoje me comunico melhor com as pessoas sem ressentimento por bobagens e com certeza falando menos bobagens e julgando menos.”

Em seu livro A paz começa na alma, Hellinger pergunta: “Quais são os mortos que estão bem? Quais completaram a morte e tem a paz eterna?” E ele próprio responde: “Aqueles a quem permitimos que sejam esquecidos.” Ele diz ainda que todos os mortos têm o direito de serem esquecidos. E que, quando existe respeito e agradecimento pelos mortos, é possível que eles fiquem “livres de nós e nós deles”.

Diz um cliente de constelações: “Antes de constelar, eu chorava a morte dos meus pais, praticamente todos os dias, após, eu passei apenas a sentir falta e não sentir a dor do abandono”.

Ana Lucia Braga

Leia outros textos sobre Constelação Sistêmica no site:www.analuciabragaconstelacao.com.br

 

 

 

—————

Voltar