Constelações Sistêmicas e Coaching Sistêmico


O I setênio : 0 a 7 anos

10/07/2014 15:45

A biografia dos setênios

Em alguns momentos na nossa vida nos perguntamos :

O que está acontecendo comigo?

Nosso primeiro ímpeto é procurar um médico de confiança que muitas vezes não encontra nenhum diagnóstico que justifica tamanha indisposição.

Sentimo-nos enfraquecidos, impotentes no amor e no trabalho. Impacientes com as pessoas queridas, com nossos familiares e filhos.

Temos a forte sensação que nossa vida precisa de um novo sentido, um novo rumo, mas não sabemos nem por onde começar.

Há uma crise instalada, mas qual a origem desta crise? De onde ela procede?

De acordo com a medicina antroposófica, estas crises são conceituadas como biográficas.

Existia um fluxo pré-determinado em nosso movimento perante a vida, estávamos em um focos com algumas possibilidades e isso nos garantia certa estabilidade, Porém, sem termos consciência de nossos processos e vivências perante a vida põe percebermos, fomos amadurecendo e com isso nossas forças biológicas por volta dos 35 anos mais ou menos começam a diminuir e isto nos causa um desequilíbrio entre regeneração e desgastes que denominamos de CRISE. 

Normalmente esta crise aparece fortemente aos 40 anos de idade. Mas há outras crises instaladas ao logo de nossa vida. Há crises que se repetem em vários ciclos distintos, e nos questionamos: Porque isto sempre acontece comigo?

Há, portanto, crises e situações que só.

Ocorrem comigo, ou seja, são crises consideradas individuais. Outra já não tem esta individualidade e que

Ocorrem em praticamente com todo ser humano.

Esther Harding, aluna de Jung, compara nossa vida com as quatro estações do ano: a primavera do nascimento até a maioridade, o verão a maturidade, o outono a fase entre os 40 e 60 anos e o inverno, a velhice.

É importante conhecermos a terra e ara-la na época correta. E para conhecê-la precisamos nos conhecer profundamente.

Na antiga China dizia-se que uma pessoa leva 20 anos para aprender, 20 anos para lutar e 20 anos para se tornar sábia. Até hoje, na China, as pessoas idosas são tratadas com honra e admiração. Hoje poderíamos  expressar isto da seguinte forma: Levamos 20 anos para crescer,20 anos para amadurecer psicologicamente e 20 anos para amadurecer espiritualmente

Sobre o que nos referimos quando falamos em amadurecimento?

Já mencionei anteriormente que por volta dos 35 anos, nossas funções biológicas começam a diminuir. No mundo animal, nesta idade o bichinho perde sua capacidade de trabalho.

No ser humano porém e quando as suas forças biológicas diminuem que ele tem a possibilidade de se tornar amadurecer espiritualmente o que não acontece e isto não acontece com os animais

Através da Ciência Espiritual de Rudolf Steiner, temos novamente apossibilidade de compreensão dessas relações e do que nos ocorre diversos setênios, bem como da interligação do físico (biológico),anímico (psíquico) e espiritual em cada ser humano.

O 1º SETÊNIO - 0 a 7 ANOS

A ESTRUTURAÇÃO DO CORPO FÍSICO, BASE CORPÓREA DE NOSSA SAÚDE

Quando nasce um ser humano, o choro, o grito primal é para dizer: Aqui estou! Cheguei ao mundo.

Durante a gestação o ser humano crescia tal qual uma sementinha protegida no seio da terra e lá na escuridão do solo o aqui estou era vivenciado pelo ritmo cardíaco da mãe e pela respiração.

Nos três primeiros anos de vida, através do ato de locomover-se,

superando a gravidade da terra, conquistando o seu próprio espaço, a criança se torna "a imagem de Deus".

Através do falar, passa a conceituar todos os

seres, de se comunicar com seus semelhantes, que é a base da

comunicação, ou seja, do ser social que é o homem e, através do pensar, das primeiras associações de ideias, do desenvolvimento gradativo da memória,

ela conquista o infinito.

São estes três passos de desenvolvimento do ser humano a base de todo

desenvolvimento posterior.

Somente quando este processo de desenvolvimento está parcialmente ecumprido , aparece o primeiro  momento de consciência em que a criança se percebe como individualidade própria, usando a palavra "eu". Maria agora pode falar de si mesma, troca a expressão "Maria quer", pela sim "eu quero".

"Eu" e o mundo antes desse acontecimento éramos uma simbiose, uma coisa só. Agora, sou "eu", o mundo passa a ser compreendido fora de mim

Alguns teóricos e estudiosos afirmam que para a maioria das pessoas, é a partir deste momento que vêm as primeiras lembranças da infância. Esse momento é denominado de"consciência do Eu".

Logo ao nascer e ser amamentada o prazer da amamentação é sentida por toda a extensão do corpo do bebê.Somente aos poucos, os outros órgãos dos sentidos se abrem para o mundo: o enxergar e reconhecer a mãe, o ouvir os passos dela, etc., são percepções sensoriais que vão despertando a criança para o mundo e, ao mesmo tempo, para seu corpo, pois essas impressões entram profundamente em seu organismo, contribuindo para a plasmação de todos os seus órgãos. Daí é fácil compreender quão importante é o cultivo adequado das impressões sensoriais que surgem nesta fase.

Tudo nesta fase é muito importante para a criança:

As cores (se harmônicas ou chocantes), os sons das vozes familiares ou os ruídos que vem de um rádio ou televisão os

brinquedos que deveriam proporcionar diferentes sensações de tato (lã, madeira, bonecas de pano, areia, água) e não ser monótonos como os de plástico. Estes são apenas alguns exemplos importantes. Essas "impressões" serão a base para a futura ligação com a terra, os reinos da natureza, o ambiente. Em suma, determinarão se a criança irá se sentir bem ou não na Terra.

Quem observar uma criança no aprendizado do andar, verá quanto esforço, quanta persistência, quanta experimentação contínua é necessária para se conseguir esta faculdade. A criança está em constante movimento, em ação, experimentando os elementos que a rodeiam. Nessa fase ela aprende por imitação.

A mãe que lava roupa, que amassa o pão ou mexe um bolo será imitada - igualmente no andar, no falar, no correr. A recriminação de atitudes erradas nessa fase de nada adianta, os pais servirão de exemplo a ser imitado. Portanto, isto implica na autoeducação dos próprios pais.

Animicamente, nesta fase a criança está totalmente aberta, admira tudo que a rodeia, é confiante. Essa confiança básica precisa ser cuidada para não romper. Do alto da escada a criança se joga nos braços do pai entrega-se totalmente. O que acontecerá se

os braços não estiverem lá? E se a mãe diz "vamos passear e nos divertir" e em vez disso a criança vai ao laboratório tirar sangue ou a farmácia tomar uma injeção?

Para um bom desenvolvimento nessa fase, a criança necessita de calma e tempo, pois ainda está modelando seus órgãos, necessitando para isso enorme quantidade de forças plasmadoras, vitais do organismo. Alimentação e sono em rítmicos adequados é uma necessidade nesta época. Uma super solicitação de impressões visuais, de alfabetização ou aprendizado intelectual, desviará as forças formativas vitais do seu trabalho nos órgãos para áreas da consciência, causando em épocas futuras, especialmente na velhice, a fragilidade desses órgãos e predisposição de doenças escleróticas precoces.

Igualmente a alimentação inadequada, como apenas o aleitamento com leite artificial, poderá trazer predisposição de mal-estares hepáticos mais tarde. Isto apenas para citar alguns exemplos para elucidar que o primeiro setênio é a base da nossa saúde corporal.

Assim também desavenças, brigas dos pais, vão refletir na saúde física, deixando marcas a nível orgânico. Todo aprendizado nessa fase é a nível orgânico.

Quais seriam as crises dessa época?

Como tudo nessa fase se passa a nível orgânico, as crises também transcorrem nesse nível; são globais, atingem o organismo todo e se manifestam através das doenças infantis. Essas moléstias representam uma chance para o organismo no seguinte

sentido: a individualidade da criança remodela o seu corpo herdado. Este corpo herdado (através dos genes) é preparado no ventre materno e contém tudo aquilo que é herdado dos ancestrais. Igualmente as proteínas são estruturadas pela mãe durante

a fase embrionária. Agora, nessa fase, do primeiro setênio, a proteína própria, individual, tem que ser estruturada, o próprio corpo deve ser adequado a essa individualidade. Como é que isto poderia acontecer sem que a proteína original seja eliminada? Através das moléstias infantis, como por exemplo,

o sarampo; a febre acelera a exsudação profunda da pele, dos brônquios, a eliminação urinaria, etc. Uma boa parte das proteínas herdadas são mobilizadas, eliminadas, e a criança como que renasce com um corpo novo, uma proteína mais adequada à sua própria individualidade. Portanto, nessa fase, a criança

forma seu "instrumento" para melhor poder tocá-lo durante o resto de sua vida. À medida que não consegue passar por este processo, o "instrumento" vai se tornando cada vez mais desafinado, mais inadequado, menos moldável, até o ponto de provocar novas doenças em fases posteriores, quando então geralmente já não são mais tão "naturais" quanto às moléstias infantis.

Em síntese, neste primeiro setênio os princípios são :

· imitação

· bondade

· órgãos dos sentidos

· desenvolvimento do pensar

· processo de individuação física

Este texto foi adaptado por Claudiane Tavares do caderno “Higiene Social – A Biografia Humana”, da Dra. Gudrun Burkhard

 

 

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