Constelações Sistêmicas e Coaching Sistêmico


TEXTO DO MÊS: Constelações Sistêmicas: Adoções e as Leis

26/09/2011 22:06

A Lei do Equilíbrio vale no sentido negativo para os pais biológicos que entregam seus filhos para doação, assim como para os pais adotivos que pegam essas crianças e que, dependendo do modo como isso é feito, também vivenciam “prejuízos”. Prejuízos emocionais, especialmente quando a criança cresce e mostra-se infeliz, insatisfeita, mesmo tendo recebido tudo de bom que a família tenha tentado proporcionar. Os pais biológicos perdem o direito sobre a criança que foi dada para adoção.

A hierarquia aqui é implacável: quem veio primeiro são os pais que deram a vida, a família que deu passagem a vida da criança. E eles devem fazer parte. Quando são excluídos, a lei da pertinência também atua. A criança, naturalmente presa a sua família, vive transtornos, tristezas, dores, muitas vezes repetindo padrões, mesmo sem deles ter conhecimento, assim como da própria adoção, sobre a qual muitas vezes também não tem conhecimento, mas o que podemos observar é que ela sabe.

Independentemente do que tenha ocorrido na família de origem da criança, os pais adotivos merecem ter garantido seus lugares. Isso também é importante para os pais que criam.

Por vezes nos deparamos com algo que não tem solução. Com um amor que quer seguir os pais originais na morte, ou mesmo em seu destino difícil. É como se a criança estivesse conectada aos outros, impossibilitada de viver sua própria vida.

Esta “transmissão de influências causais formativas através do espaço e do tempo” é o que Sheldrake8 chama de ressonância mórfica, que traz a memória do passado para o presente. Esta memória “é cumulativa e é essa a razão pela qual todas as espécies de fenômenos se tornam cada vez mais habituais por repetição”.  É uma ampliação da visão sobre hereditariedade no sentido orgânico, pois aqui tratamos de algo que transcende ao biológico, passa pelo afetivo, pela repetição de fatos. “Todos os seres humanos recorrem, igualmente, a uma memória coletiva, para a qual todos, por sua vez, contribuem.”

A criança adotiva está ligada, inconscientemente a seu campo de origem. E pode-se estar ligada de uma forma tão intensa que lhe seja impossível sair desta influência inconsciente, de modo que se ligue, por exemplo, a transtornos mentais – mesmo que não pela hereditariedade biológica -, às drogas, à morte precoce, ao suicídio, ao crime de um modo geral. Inúmeras vezes acreditamos ser o comportamento da criança ou adolescente um problema de caráter, ou de falta de vontade de mudar, ou ingratidão pelo recebido da família adotiva. Olhando-se sistemicamente, chegamos ao amor que nos conecta à nossa família.

E neste sentido, há situações e destinos que não podem ser mudados.

“Na primeira constelação (onde foi tratada a adoção) para os filhos adotivos, a mudança após um ano foi muito grande. A menina de 15 anos melhorou o comportamento na escola e nas escolhas da vida. O menino, de 13 anos aceitou sua origem, lidando com a adoção com mais responsabilidade no seu papel de filho. Sente ciúme do filho biológico, mas o aceita com mais carinho. As brigas ainda acontecem mais isso é natural entre irmãos.” (Depoimento de Cliente de Constelações)

 

Ana Lucia Braga -(Minha mestra com muita honra!)

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