Constelações Sistêmicas e Coaching Sistêmico


Pertencimento - A segunda lei sistêmica

15/05/2013 22:09

 

Pertencer é antes de tudo um sentimento natural, uma necessidade de qualquer ser humano. Cada pessoa que nasce ou é vinculada a um sistema, necessita ser reconhecida como membro integrante e respeitada no seu lugar e papel dentro desse mesmo sistema.

No Sistema Familiar os membros são únicos e todos têm o direito de pertencer. Isso equivale dizer que ninguém pode ser excluído não importando suas características, dificuldades ou virtudes pessoais. Todos são importantes para o Sistema.

Quando ocorre uma exclusão no sistema familiar acontece um desequilíbrio. Essa situação passa a ser vivida por um descendente, sem que necessariamente ele tenha conhecimento ou afinidade com o antepassado excluído.

Em uma das constelações em nosso workshop, um casal trouxe um problema de comportamento vivido por seu filho menor. Tal comportamento, segundo relato dos pais, era de grande agitação, dificuldade de concentração, tendo que tomar medicamento para ir à escola, pois tinha um diagnóstico de TDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Quando abrimos a Constelação percebemos que o menino não ocupava um lugar, movimentava-se de um lado para outro e tinha um olhar perdido, como se estivesse procurando algo ou alguém. Quando então incluímos uma pessoa na constelação houve um movimento do garoto em direção a essa pessoa, acalmando de imediato sua agitação.

Ao questionarmos os pais sobre quem seria essa pessoa, o pai relata que tivera um relacionamento antes do casamento e desse relacionamento, nasceu um filho, que ele como pai apenas pagava a pensão mas, nunca o assumira, deixando-o excluído. O filho gerado no casamento estava profundamente ligado a esse irmão excluído e com seu distúrbio de comportamento sinalizava uma situação de desequilíbrio no sistema familiar.

Assim, já que o primeiro filho não era reconhecido pelo pai, ou seja, não havia um lugar para ele, também o filho mais novo sentia-se sem lugar.

Muitas vezes, descendentes se apresentam de forma a viver como seus antepassados ou irmão excluídos, rompendo com a família e vivendo separado dela. Um grande exemplo disso são filhos que saíram de casa e nunca mais encontraram ou sequer falaram com seus pais ou outros familiares.

Muitas pessoas podem estar vivendo como seus bisavós, avós, pais, tios, irmãos ou mesmo como ex-cônjuges ou relacionamentos afetivos significativos de seus pais. Por exemplo, um tio que fora rejeitado por ser alcoólatra ou por ser portador de alguma patologia física ou distúrbio mental; uma tia ou outro parente que tenha casado com alguém cujos pais não aprovavam e, por isso, foram banidos da família.

Filhos rejeitados ou não incluídos como o que ocorre em função de abortos provocados ou espontâneos, também podem gerar consequências sistêmicas. Os filhos abortados precisam ser incluídos ao número total de filhos, mesmo que não tenham nascido.

Nos casos de separação conjugal, as pessoas envolvidas têm todo o direito de sair de um relacionamento, mas o mais importante é como elas fazem isso. Se numa separação uma pessoa simplesmente descarta ou excluí a outra, mostrando desrespeito, isso pode provocar desequilíbrios, manifestando-se através de dificuldades num próximo relacionamento afetivo da pessoa que excluiu ou através do comportamento ou sintoma físico de um filho do segundo casamento dessa pessoa.
Outra situação de desequilíbrio por exclusão pode se manifestar através de doenças graves como câncer ou outras enfermidades degenerativas. Nesses casos identificamos que a pessoa enredada acaba seguindo o destino da pessoa excluída.

Na empresa, quando alguém não foi devidamente reconhecido como pertencendo ao sistema organizacional ou sofreu alguma injustiça por parte da empresa contratante, essa poderá sofrer consequências danosas, tais como grande dificuldade na contratação de um novo profissional, desarmonia no clima organizacional, queda na produção, evasão de clientes e até prejuízos financeiros. Isso também pode acontecer numa sociedade onde um dos sócios prejudicou severamente o outro. Além disso, tanto no caso da empresa, quanto no da sociedade, algum familiar das pessoas envolvidas poderá apresentar sintomas desse desequilíbrio, sofrendo as consequências no lugar da pessoa que prejudicou, ou vivendo como a pessoa prejudicada ou ainda, seguindo o seu destino.
Em todos os casos em que há exclusão no sistema alguém poderá representar essa pessoa excluída de alguma forma, manifestando algum tipo de sintoma ou comportamento. E isso acontece com a finalidade de reparar uma injustiça ou falta e assim, restabelecer o equilíbrio sistêmico.

Questões que podem envolver a Lei do Pertencimento:

1. Alguém em sua família foi excluído ou não incluído, independentemente do motivo?

Sim

Não

2. Você identifica alguns sintomas comportamentais em você ou em alguém da sua família tais como: déficit de atenção, depressão, síndrome do pânico, angústia de separação ou alguma doença física degenerativa?

Sim

Não

3. Você percebe em você ou em alguém de sua família, uma sensação de que falta alguém?

Sim

Não

4. Você constantemente começa algo e desiste, tem muitas dúvidas sobre o que fazer e dificuldade em escolher um caminho a seguir?

Sim

Não

5. Percebe-se com frequência sentindo-se sem um lugar que seja seu ou uma sensação de não conseguir se realizar em nada na vida?

Sim

Não

6. Você, seus pais ou avós tiveram filhos abortados?

Sim

Não

 

Texto escrito por Fernando Gonçalves e LILIAN TESCAROLLI 

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